Com um total de 876 casos registrados de tuberculose até o mês de abril deste ano, o Amazonas lidera a lista dos estados com os maiores índices da doença em todo o Brasil, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS). Conforme o órgão, a falta de estrutura de algumas unidades de saúde, aliado às dificuldades de transporte para seguir o tratamento na capital dificultam o combate à doença no estado.

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De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose, Marlúcia Garrido, o estado possui um histórico preocupante da doença. "A doença afeta a população a mais de 100 anos. Além da transmisão ser muito fácil, o acesso ao diagnóstico ainda é muito difícil, algumas unidades de saúde não têm condições de fazer nem o exame de escarro. As pessoas também encontram dificuldades de ir e vir para fazer tratamento na capital", afirmou.

Conforme Garrido, Manaus reúne 70% das ocorrências em todo o estado apresentando o equivalente a 1.600 casos novos ao ano. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, houve um aumento no número de casos da doença em Manaus. Em 2001, foram 1602 casos registrados. Em 2006, uma queda para 1462 casos foi registrada pela Secretaria. Em 2012, os números voltaram a subir, com um total de 1769 casos. No ano passado, 1842 foram registrados no total. 

De janeiro a abril de 2014, 190 casos foram detectados na capital, conforme a Semsa, contra 166 registrados durante o mesmo período do ano passado na capital. Segundo Marlúcia Garrido, o aumento do registro reflete também os altos índices de abandono do tratamento por parte dos pacientes. "Existem muitas pessoas que não levam a doença com seriedade e desistem do tratamento antes do período recomendado. Isso favorece a resistência da bactéria, que será transmitida, para outros pessoas, ainda mais forte", explicou.

Segundo a Secretaria, os índices altos da doença demonstram o número maior de pacientes em adesão ao tratamento, decorrente de medidas educativas e à atividade estratégica de Busca Ativa de Sintomáticos Respiratórios pelo Programa de Tuberculose desenvolvido nas unidades de saúde.

A doença

A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões. Na maioria dos casos, a infecção ocorre a partir da inalação de gotículas expelidas pela tosse, fala ou espirro de pessoas com tuberculose ativa de vias respiratórias.

De acordo com a coordenadora do programa estadual de controle da doença, Marlúcia Garrido, a preciso ter atenção para diferenciar viroses gripais comuns nos períodos de chuva, da tuberculose. "Existem períodos de chuva em que as pessoas adoecem muito de viroses gripais, ficam com coriza e tosses. Mas a recomendação geral é que toda tosse por mais de três semanas, que não melhora com antibióticos, deve ser investigada pois é um sinal de alerta", disse.

A coordenadora destacou ainda que, após ter o diagnóstico de tuberculose, é importante começar o tratamento correto imediatamente. O tempo mínimo de tratamento é de seis meses e garante cura com o acompanhamento adequado.

Fonte: Portal G1
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