No AM, vazante aumenta risco de contrair malária e hepatite, diz FVS.
Última atualização: 11 de Julho de 2014 - 15:59
Durante a cheia dos rios, famílias afetadas pela subida das águas em Manaus e no interior do Amazonas ficaram expostas a uma série de doenças, que podem ser contraídas pelo contato ou ingestão da água e alimentos contaminados. Quando o nível dos rios diminui, na vazante, o risco de contrair enfermidades continua. Surtos de doenças como diarréia, hepatite A e malária são registrados. A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) afirma que mantém a vigilância e alerta permanente em áreas de risco na capital. Ao todo, 16 áreas foram afetadas pela subida das águas do Rio Negro, em Manaus. Consumo de água tratada e a destinação adequada do lixo podem minimizar número de casos.
O diretor-presidente Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM), Bernardino Albuquerque, explicou que o risco de contaminação por doenças de veiculação hídrica e alimentar permanece mesmo durante a vazante dos rios. Segundo ele, os casos de contágio costumam aumentar nesse período. Somente no município de Benjamin Constant 13 casos de hepatite A foram registrados durante a cheia, caracterizando um surto da doença.
"O esperado é que as ocorrências como diarreias e casos de hepatite A devem registrar aumento no período da vazante, além da febre tifoide, que é uma doença infectocontagiosa causada pela ingestão da bactéria Salmonella typhi", revelou Bernardino Albuquerque.
A malária também é apontada como uma das ameaças à saúde da população amazonense devido à vazante dos rios. "A malária tem uma relação indireta com água. No período da vazante e seca há uma estabilização dos criadouros dos mosquitos transmissores da doença e a tendência é ocorrer um aumento", ressaltou o representante da entidade.
Ações preventivas
No interior do estado, as ações de prevenção das doenças foram mantidas de forma intensificada desde cheia, de acordo com a FVS. Dentre as medidas está distribuição de hipoclorito de sódio para purificar água usada para consumo humano.
“Esse trabalho vem ocorrendo, principalmente nos municípios mais críticos no sentido que as doenças não ultrapassem o limite esperado de casos do período de vazante. A distribuição de hipoclorito sódio está sendo concluída para todas as cidades do Amazonas. A implementação das ações de controle da malária também foi intensificada com borrifação e recomendação à população em casos de febre procurar um dos mais de mil laboratórios no estado para exame de malária. Com tratamento precoce evitamos a contaminação dos mosquitos, que podem aumentar a proliferação da doença”, destacou Bernardino Albuquerque.
A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) disse que mantém a vigilância e o alerta permanente para a ocorrência das chamadas doenças da vazante. O secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão Neto, informou que o trabalho permanente de vigilância em saúde tem sido fortalecido com o objetivo de reduzir o impacto das vazantes dos rios Negro e Amazonas na saúde da população, evitando e prevenindo surtos de doenças.
“A vigilância e o alerta dos profissionais de saúde são reforçados durante o período de vazante para que se identifique o mais rápido possível qualquer tipo alteração do perfil epidemiológico da população. A partir daí, é possível tomar as medidas necessárias para proteger a saúde das pessoas”, explica Homero.
O sanitarista e assessor da Subsecretaria de Gestão da Saúde da Semsa, Romeo Rodrigues Fialho, disse que além do trabalho de vigilância em saúde, as equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) realizam ações de educação em saúde sobre os cuidados necessários durante o período da vazante, como o consumo de água tratada e a destinação adequada do lixo. Os profissionais estão realizando ainda distribuição de hipoclorito de sódio para a purificação caseira da água para consumo humano e de soro para hidratação oral.
Em Manaus, as áreas que causam maior preocupação das autoridades são aquelas localizadas ao longo dos igarapés do Quarenta, São Raimundo e Educados, compreendendo bairros como Presidente Vargas, São Geraldo, Nossa Senhora Aparecida, Educandos, Betânia, Raiz, São Raimundo, Glória, São Jorge e Santo Antônio.
Vazante
Após o Rio Negro apresentar indícios de início do processo da vazante, as águas voltaram a subir no começo de julho e agora se mantém com nível estável nos últimos quatro dias. A cota atual em Manaus é de 29,50 metros.
No período da cheia, a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SEMASDH) cadastrou cerca de 3 mil famílias que residem em 16 áreas afetadas subida das águas do Rio Negro em Manaus. Cada família recebeu duas parcelas de R$ 300 pelo Aluguel Social.
No último sábado (5), a secretaria iniciou a entrega de benefícios eventuais no bairro São Jorge, Zona Oeste da capital. Ao todo, 560 famílias da comunidade receberam cestas básicas, água mineral, colchões, lençóis e redes. Os benefícios eventuais são concedidos à população em situação socioeconômica mais vulnerável.
Fonte: Portal A Crítica
Link: http://glo.bo/1sHh6zQ
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