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Falta de leitos em maternidade deixa gestante na fila por 12 horas.
Última atualização: 9 de Fevereiro de 2015 - 09:31

Após horas de espera na recepção da maternidade Ana Braga, situada na alameda Cosme Ferreira, no bairro São José 1, Zona Leste, na tarde de sábado, a empregada doméstica Sebastiana Morais, mãe de Sabrina Morais, 20, ainda não tinha visto a filha desde às 9h da última sexta-feira, quando a jovem entrou em trabalho de parto.

A partir de então, tudo o que Sebastiana ouve dos atendentes é que a filha e o bebê passam bem, mas a maternidade está sem leito, por isso ainda não é possível que Sabrina receba visita.

“Já gastei uns R$ 100 indo e vindo para a maternidade, moro no bairro Grande Vitória e não podia faltar ao trabalho. Me dizem que está tudo bem, só que ainda não tem leito, então ela (Sabrina) está no centro cirúrgico e não posso entrar. Preciso ver minha filha para saber se está mesmo tudo bem”, preocupa-se Sebastiana, que não vê ou fala com a filha há cerca de 16 horas.

Marciane Macedo deixou o repetido caminho do balcão de informações para a cadeira de espera na recepção da maternidade e, depois de 12 horas de espera, ela conseguiu ver a sobrinha Isabela, filha da cunhada, a universitária Débora Macedo, 26. “Só pude entrar depois de muita reclamação, quando finalmente conseguiram um leito para a minha cunhada”, revela Marciane.

Ela explicou com mais detalhes os relatos de Marciane, que resumiu o parto como traumático. “Ela disse que aplicaram a anestesia duas vezes, mas ainda assim não funcionou e precisaram dopá-la para fazer a cirurgia cesariana. Depois, as enfermeiras colocaram a bebê em cima dela (Marciane), em uma maca no corredor por 12h”, conta Marciane.

A situação ficou bem depois que Marciane foi transferida para o leito improvisado, de acordo com Marciane.

Não está na hora

Fabiana da Silva Simões também deixou a recepção da maternidade quando a irmã, Melissa da Silva Simões, 17, foi contemplada com um leito. Mas o alívio de conhecer o novo sobrinho não mandou embora o sentimento de revolta depois que ela soube como foi o tratamento dado a sua irmã durante o parto.  “Ela veio aqui na quarta-feira, estava com dores, mas disseram para ela ir para casa.

Na quinta-feira, ela tentou ir em outra maternidade, mas não tinha mais vaga e ela precisou voltar para essa. Ela estava sangrando, mas o atendente disse que ainda não estava na hora dela entrar, só depois que ela já estava segurando a cabeça do bebê entre as pernas que a colocaram em uma cadeira de rodas e a atenderam”, denuncia Fabiana. Segundo ela, na noite de sábado 20 mulheres esperavam por leitos vagos.

Sem resposta

Procurada pela reportagem do PORTAL A CRÍTICA tanto no sábado quanto no domingo, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde (Susam) não foi localizada para comentar as denúncias.

Fonte: A Crítica
Link: http://bit.ly/1ANZBFt