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Fontes ‘invisíveis’ de proliferação do mosquito da dengue servem como criadouro, em Manaus.
Última atualização: 9 de Fevereiro de 2015 - 12:42

Campanhas de prevenção alertam todos os anos sobre as formas de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e mais recentemente da febre Chikungunya. As ações do Poder Público ocorrem principalmente em locais encontrados em residências como caixas d’água, calhas, pneus, baldes, entre outros. Apesar disso, muitas fontes de proliferação estão escondidas e servindo há meses – ou até anos – como criadouro do mosquito.

Aparentemente inofensiva, uma área de mata localizada próximo ao conjunto Tiradentes, bairro Aleixo, Zona Leste, abriga diversos focos do mosquito há muito tempo. Latas, copos, plásticos, isopores e até embalagens de marmitas acumulam água parada, ambiente ideal para o desenvolvimento do inseto transmissor. De acordo com um morador do local, Gabriel Sales, o risco das doenças é criado pela própria população. “Muita gente passa de carro pelo conjunto para cortar caminho até o Coroado e aí jogam muito lixo nessa área. Esse tipo de coisa tem que vir da consciência da própria população”, argumenta.

Em pouco tempo de caminhada na área, onde também fora vistos tambores e um cão Pit Bull morto, mosquitos Aedes aegypti sobrevoavam o local.

ACIMA DO PERIGO

A água parada fica acumulada onde menos se espera. No Parque Mauá, também na Zona Leste, muitas casas de madeira são construídas acima do chão. O ambiente se transforma em um criadouro perfeito para o mosquito. “Fica assim por causa da água da chuva”, disse a líder da comunidade, Maria Santarém, 54. Apesar dela garantir que poucos casos de dengue sejam registrados na comunidade, o risco de transmissão é constante.

“Aqui o esgoto fica a céu aberto. Nós mostramos os pedidos, mostramos projetos e as autoridades não vem nos ajudar. Nós estamos esquecidos. Não tem limpeza pública, não tem saneamento básico. Aqui não temos problemas de segurança, mas o risco aparece de outras formas”, explicou.

REDUÇÃO DE CASOS

Nesta semana o diretor-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), Bernardino Albuquerque, afirmou que as ações continuam sendo intensificadas neste período. “Estamos enfrentando o período sazonal da dengue. Tradicionalmente o maior número de registros da doença acontece de janeiro até abril. Portanto, o monitoramento tem que ser contínuo e eficaz, a fim de manter os índices sob controle”, ressaltou.

Em janeiro deste ano, 348 casos de dengue foram notificados no Amazonas. Conforme dados da FVS, o número representa uma redução de 82% em relação aos 1.976 casos notificados no mesmo período do ano passado.

Ainda segundo o diretor, até o momento foram registrados sete casos importados de Chikungunya no Amazonas. "Recebemos os resultados positivos de duas amostras na última semana, referente a dois amazonenses residentes em Manaus. O primeiro veio de uma temporada na Colômbia e a segunda oriunda da Venezuela", informou. Segundo ele, todos os casos suspeitos recebem manejo clínico específico antes mesmo dos resultados laboratoriais.

Manaus em estado de alerta em 2014

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), de janeiro a dezembro de 2014 foram notificados 4.240 casos suspeitos de dengue em Manaus. Conforme o último Levantamento do Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) realizado em novembro do ano passado, Manaus esteve entre os município na classificação de estado de alerta. O resultado ainda apontou que 2,9% das residências pesquisadas da capital tinham a incidência de larvas. A avaliação por área indicou como ponto de maior cautela a Zona Leste, que apresentou uma infestação de 5,1%. Já as Zonas Norte (2,9%), Sul (1,9%) e Oeste (1,6%) mantiveram também o estado de alerta para a doença.

Fonte: A Crítica
Link: http://bit.ly/1A5TkoP