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Amazonas teve, em média, 4 mortes por mês por complicações no parto.
Última atualização: 11 de Março de 2015 - 16:47

Manaus - Em 2013, quatro mulheres morreram por mês, no Amazonas, em média, durante a gravidez, o parto ou o pós-parto, segundo dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), do Ministério da Saúde (MS). Foram 49 mortes registradas no Estado naquele ano, dessas 25 em Manaus, o equivalente a 51% do total.

Abrangendo mulheres em idade fértil, na faixa etária de 10 a 49 anos de idade, as mortes maternas na capital corresponderam, em média, a duas ocorrências mensais. No comparativo com 2012, quando 52 mães ou futuras mães perderam a vida, a quantidade de mortes apresentou queda de 6% no Estado. Em Manaus, no mesmo período, 23 ocorrências foram registradas, contra 25 no ano anterior.

A falta de pré-natal, assistência médica e de enfermagem prestada à mulher durante todos os nove meses de gravidez gera risco às mulheres. Segundo a coordenadora da Rede Cegonha, da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Sonja Girão, problemas de saúde que podem ser prevenidos no pré-natal como hipertensão, hemorragias, abortos e infecções puerperais são as causas mais comuns de mortes maternas. “Quando se faz um bom pré-natal é possível observar a situação sanguínea e a possibilidade de hemorragias. A hipertensão, por exemplo, pode ser tanto anterior quanto desenvolvida durante a gravidez”, explica. “Até mesmo a probabilidade de prematuridade pode ser detectada”, disse.

Conforme Sonja Girão, a probabilidade de mulheres com doenças como hipertensão ou cardiopatia desenvolverem uma gestação de risco varia de 15% a 20%. A prática do aborto clandestino, realizado na maioria das vezes de forma artesanal, sem higiene e risco de abandono de restos de placenta dentro da paciente, é outro fator que contribui para óbitos do tipo, de acordo com a coordenadora.

Nos últimos cinco anos, os anos de 2010 e 2009 foram os que apresentaram o número mais significativo de mortes maternas, no Estado, 67 e 65, respectivamente. Os dois anos foram responsáveis por 5,5 e 5,4 óbitos mensais de mulheres. Na capital do Amazonas, a situação não foi diferente. O Ministério da Saúde estima que entre 39 e 31 mães tenham morrido em 2009 e 2010, respectivamente. Em 2009, foram pelo menos 3,2 casos mensais e em 2010, 2,5 ocorrências.

Em 2011, 49 óbitos de mulheres em período gestacional ocorreram, no Amazonas, de acordo com o Datasus, uma média de quatro casos mensais. Na capital, foram 20 ocorrências, quase duas situações por mês. Apesar da queda observada entre 2012 e 2013, o número de mulheres que morreram por complicações durante a gravidez, o parto ou o puerpério cresceu 6%, em 2012, em comparação a 2011.