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No interior do Amazonas, 70,3% tem saneamento inadequado, diz estudo
Última atualização: 11 de Junho de 2015 - 14:09

Manaus - No Amazonas o saneamento básico é classificado como ‘particulares permanentes’ - fossas residenciais -, segundo o estudo Cenário da Infância e Adolescência no Brasil 2015, divulgado pela Fundação Abrinq - Save the Children, divulgado nessa quarta-feira, com base no Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Os tipos de saneamento classificados, tanto em Manaus quanto nos municípios, são:  adequado, inadequado e semiadequado.

No interior, dos 2.466 domicílios analisados, 70,3% tem saneamento inadequado. Outros 29,6% foram semiadequados. Na capital, dos 460.844 domicílios pesquisados, em 50,3% o saneamento particular é adequado. O semiadequado representa 48,8% e o inadequado, 0,9%.

Conforme a Abrinq, a Região Norte tem a maior proporção de crianças e adolescentes do País, mas possui a pior cobertura de saneamento básico e de acesso à água tratada. Cerca de 40% da população  é de crianças e jovens até 18 anos. Eles convivem com uma realidade onde 67% dos domicílios não têm rede de esgoto ou fossas sépticas e 45% não têm rede de água.

O Cenário da Infância e Adolescência no Brasil 2015 reúne dados também dos ministérios da Educação e da Saúde em áreas como moradia, violência, mortalidade infantil, acesso a creches, cultura e lazer. “Temos divulgações separadas de dados de diversas áreas e ao vê-los reunidos e detalhados conseguimos enxergar como as vulnerabilidades sociais combinadas afetam de forma significativa a infância”, disse a administradora executiva da Fundação Abrinq, Heloísa Oliveira.

O Nordeste tem 34% da população de crianças e adolescentes e é a segunda região com pior acesso a esgotamento sanitário - 54% dos domicílios não têm rede de esgoto. “Os números mostram que essa combinação de vulnerabilidades afeta de maneira mais significativa as crianças do Norte e Nordeste”, disse Heloísa.

Em relação ao acesso à educação, a taxa de cobertura de creches, por região, em 2012, também deixa o Norte em desvantagem. Essa taxa mostra a razão entre o número de crianças em idade escolar (0 a 3 anos) e o número de matrículas nessa etapa do ensino. Na Região Norte, a taxa de cobertura é de 8%, a menor entre as cinco regiões do País. A melhor cobertura está no Sudeste, com a taxa de 31%.

No Norte também está a maior taxa de distorção idade-série nos ensinos Médio e Fundamental. A publicação apresenta dados de 2013 mostrando que, na região, 31% dos estudantes do Fundamental e 45% do Médio estavam matriculados em séries não condizentes com sua idade. O melhor cenário está na Região Sudeste com percentuais de 14% e 21%, respectivamente.