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Alimentos vencidos: restaurante em Manaus que foi interditado vai abrir cozinha para clientes
Última atualização: 11 de Setembro de 2015 - 13:05

Os proprietários da Cachaçaria do Dedé pretendem lançar uma campanha, na semana que vem, para convidar aos clientes a conhecerem as cozinhas onde são preparados os alimentos comercializados nos três restaurantes da empresa, na capital. A iniciativa foi tomada um dia após o Departamento de Vigilância Sanitária (Visa Manaus) apreender 200kg de alimentos inapropriados para consumo na unidade do Parque Dez, na Zona Centro-Sul.

Para o diretor administrativo da estabelecimento, Rogério Perdiz,  a medida visa tranquilizar aos clientes  que queiram conhecer a cozinha e os procedimentos  e processos de manipulação dos pratos. “Vamos fazer isso em todas as nossas unidades. As nossas portas vão estar abertas e não temos receio de fazer isso”, explicou Perdiz. 

Mudanças

A informação foi dada ontem (9) à tarde, durante uma coletiva de imprensa, onde os irmãos Rogério Perdiz e André Parente explicaram sobre os produtos alimentícios encontrados com a validade vencida. “Houve uma falha nossa porque os produtos seriam descartados, mas não estavam sinalizados. Vamos mudar alguns processos para que essa falha não se repita”, destacou Rogério Perdiz, que além de sócio-fundador é também o diretor administrativo da empresa.

Ele informou que os produtos apreendidos não seriam utilizados no preparo dos pratos do dia,  mas admitiu que a não sinalização para o descarte causou o “mal-estar”.

Reabertura

A prioridade nesse momento, na opinião do outro sócio, André Parente, é reabrir o espaço, que ainda está interditado pelo órgão municipal. “Estamos cumprindo todas as etapas administrativas e amanhã temos uma outra reunião com a Visa Manaus. No mais tardar, amanhã (hoje) estaremos reabriando a Cachaçaria no Parque Dez”, sinalizou Parente.

Segundo os proprietários, os alimentos vencidos foram a única irregularidade encontrada no estabelecimento e alegaram que o restaurante funciona com todas as licenças em dias.

Atualmente, o empreendimento conta com três filiais em Manaus, uma em Belém (PA) e uma Uberlândia (MG). Ao todo, mais de 300 pessoas são empregadas pela empresa. 

Poucos casos registrados

De uma média de 100 denúncias que a Visa Manaus recebe por mês, cerca de 10 são de pessoas que passaram mal após comer algum tipo de alimento. Um número baixo, segundo a ouvidoria da instituição, mas que causa preocupação, visto que, uma intoxicação alimentar grave pode levar à morte.

A Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) registrou entre julho e agosto de 2015, 6.870 casos de diarreia em Manaus, e 21.040 em todo o Estado. Mas a assessoria de comunicação da FVS destacou que a doença é de veiculação hídrica e alimentar, podendo ser causada tanto pela água, quanto pelo alimento contaminado.

O Procon/AM e a Visa Manaus assinaram ontem um Termo de Cooperação Técnica para atuarem em conjunto no trabalho de fiscalização e garantia dos direitos do consumidor. A ação foi em razão das ocorrências de registros de alimentos vencidos sendo comercializados em supermercados e restaurantes da cidade.

Blog: Rogério Perdiz

Empresário

"Não recebemos nenhuma reclamação  formal de clientes que tenham passado mal após comer alguns de nossos pratos. Temos canais de comunicação e realizamos pesquisas de satisfação mensalmente para mensurar os pontos positivos e negativos. Mais de 70% dos nossos produtos vem de fora do Amazonas e temos uma rigorosa política de segurança alimentar para evitar situações como essa. Nós falhamos em não sinalizar os produtos que seriam descartados, mas já estamos revendo nosso planejamento para encontrar a melhor forma de separar os produtos impróprios para que não haja dúvidas para quem está vendo e não conhece os nossos processos. O que aconteceu foi algo pontual".