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Em Manaus, vacina contra a dengue será testada em mil voluntários
Última atualização: 14 de Dezembro de 2015 - 18:23

Manaus - Mil voluntários da zona de Manaus que apresentar a maior incidência de casos de dengue, devem participar da testagem da vacina contra o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, a partir do primeiro semestre de 2016, na capital. A informação foi repassada pelo pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marcus Lacerda que estará à frente da coleta dos dados, através da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), pelos próximos cinco anos.

“Os mil voluntários foram definidos a partir de um cálculo matemático geral realizado pelo Instituto Butantan para estimar o número mínimo de pessoas necessárias para se provar a eficácia da vacina”, afirma.

A zona da cidade que terá os moradores acompanhados pelos profissionais do programa Saúde da Família durante a pesquisa deve ser definida apenas no início do próximo ano. A já existência de cobertura do programa na área e a existência de casos de dengue no local serão adotados como critérios durante a escolha, de acordo com o pesquisador.

A situação endêmica da cidade e a existência de uma equipe que realiza pesquisa clínica relacionada à doença foram alguns dos fatores que levaram Manaus a ser selecionada pelo Butantan para testar a vacina.

Além de Manaus, outras 12 cidades compõem a lista: Porto Velho, Boa Vista, Aracaju, Recife, Fortaleza, Brasília, Cuiabá, Campo Grande, São Paulo, São José do Rio Preto (SP), Belo Horizonte e Porto Alegre.

Lacerda explica que a terceira e última etapa de desenvolvimento da vacina contra o vírus, caracterizada pela testagem nos voluntários. “Vamos analisar as pessoas que tiverem febre e, portanto, tiverem dengue clinicamente e testar o sangue também daquelas que não apresentaram sintomas para saber se elas tiveram contato ou não com o vírus”, afirma, o pesquisador.

De acordo com o Instituto Butantan, os voluntários precisam se enquadrar nas faixas-etárias de 2 a 6 anos; 7 a 17 anos; e 18 a 59 anos. Os participantes devem ainda estar saudáveis. Pessoas que já tiveram a doença podem participar.

Concluído o período de análise da evolução da vacina no organismo dos participantes, o pesquisador afirma que todos os dados coletados serão encaminhados ao Instituto Butantan que, coordena a pesquisa, para que a avaliação final da eficácia da vacina seja feita, em São Paulo.

Orçado em R$ 270 milhões, o desenvolvimento da terceira fase da vacina, segundo Lacerda, não trará nenhum ônus para a capital.