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Terrenos abandonados se transformam em focos potenciais de Aedes aegypti
Última atualização: 4 de Janeiro de 2016 - 15:35

Manaus -  Terrenos abandonados pelos proprietários têm se transformado em focos potenciais de proliferação do mosquito Aedes aegypti, no Centro e zona centro-sul de Manaus. A reportagem do Portal D24am percorreu as ruas da capital e flagrou piscinas com água parada, latões de tinta à mercê da água da chuva em propriedade particular e caixa d’água descartada em canteiro de obra próximo a residenciais.

Na Avenida Via Láctea, no Conjunto Morada do Sol, no Aleixo, zona centro-sul, moradores de um dos residenciais entregues em dezembro do ano passado afirmam sofrer desde o início do período chuvoso com a grande quantidade de água acumulada no entulho deixado por uma construtora, no terreno vizinho ao empreendimento.

Segundo o encarregado de manutenção do condomínio, que preferiu não se identificar, dos 216 apartamentos que integram o imóvel, 63 já estão ocupados, na maioria por famílias com crianças e idosos, o que preocupa os proprietários, devido à possibilidade de surgimento de mosquitos e casos de dengue, zika ou chikungunya entre os moradores.

A estimativa é de que há pelo menos dois meses o acúmulo de água parada em vários pontos do terreno esteja sendo monitorado pelos moradores do residencial.

Restos de cano, caixa d’água e até uma betoneira estão entre os objetos flagrados pelo Portal D24am acumulando água suja, no local.

Para tentar solucionar o problema, a administração do prédio solicitou formalmente uma fiscalização à Prefeitura e está tentando entrar em contato com a construtora para saber se o terreno é locado ou próprio.

Na Rua Planeta Júpiter, no mesmo conjunto, outra casa abandonada acumula água e muito lodo numa piscina desativada. Trancado pelo proprietário após o cadáver de uma mulher ter sido encontrado em avançado estado de decomposição, em agosto do ano passado, a propriedade contribui para a grande quantidade de mosquitos no entorno.

O trabalhador de uma empresa vizinha ao imóvel conta que descobriu que havia tido dengue após realizar um exame médico.

Na Avenida Ramos Ferreira, no Centro, a situação não é diferente. Localizado ao lado de uma academia, o terreno abandonado acumula garrafas PET, marmitas com água e até bacias plásticas, contribuindo para a proliferação de mosquitos no entorno.

Proprietária de um imóvel ao lado, a fotógrafa Ana Cláudia Jatahy afirma que o lixo descartado no imóvel é feito por um outro vizinho.

“O terreno é de um homem que mora em Portugal. É o vizinho do lado que joga. Pode ver que é tudo coisa nova”, disse.

Multa

No último dia 19 de dezembro, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) em parceria com o governo do Estado promoveram o Dia ‘D’ de Combate ao Aedes como uma das ações do Plano Municipal de Ação Contra os Vírus da Dengue, Chikungunya e Zika vírus 2015/2016. Durante a ação, os proprietários de imóveis de alto risco (ferros velhos, construção civil, terrenos baldios, cemitérios, condomínios) com grandes focos do mosquito foram multados pela Vigilância Sanitária (Visa Manaus). As multas variaram de 1 Unidade Fiscal do Município (UFM) até 400 UFMs, que pode chegar a R$ 33 mil.