Manaus - O número de notificações de casos suspeitos de zika vírus, em Manaus, triplicou, em menos de um mês. De acordo com dados divulgados, nesta segunda-feira (4), pela  Secretaria de Estado de Saúde (Susam), foram notificados 81 casos. Desses, quatro foram descartados e dois confirmados, com transmissão autóctone (infectados dentro do Estado). A secretaria informou que, dos 75 casos que permanecem em investigação, 14 são em gestantes.

No dia 11 de dezembro, balanço da Susam apontava a notificação de 25 casos suspeitos e apenas um confirmado. Todos os casos eram em Manaus.

Para combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor do zika,  dengue e chikungunya, o  secretário estadual de Saúde, Pedro Elias de Souza, assinou portaria, no último dia 2, criando um comitê que reunirá profissionais de 14 instituições do Amazonas, com o objetivo de monitorar a situação epidemiológica e avaliar medidas para controle da proliferação do mosquito, além de articulação e integração intersetorial e interinstitucional para o desenvolvimento de ações em parceria, no Estado.

Segundo o diretor-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Bernardino Albuquerque, a comissão contará com uma equipe para analisar e criar estratégias no combate ao mosquito. O comitê foi formado em decorrência da situação de emergência decretada, em dezembro, pelo Governo do Amazonas, em virtude da probabilidade de desencadeamento de situações epidemiológicas das referidas doenças, no Estado. A vigência do decreto é de 180 dias e tem caráter preventivo, já que, segundo a Susam, os números de dengue, chikungunya e zika vírus, no Amazonas, estão dentro da normalidade.

Também já está em funcionamento, no Amazonas, desde dezembro, o Comitê de Apoio ao Monitoramento, Prevenção e Controle dos casos de Microcefalia, criado pela Susam. Os dois comitês têm atuação distinta, conforme Albuquerque, mas que se complementam e fortalecem as ações em torno do combate ao mosquito e o controle e monitoramento de eventuais casos de microcefalia relacionados ao zika vírus.  Segundo o diretor-presidente da FVS, não há, no Amazonas, nenhum caso suspeito de microcefalia relacionado ao vírus sendo monitorado.

Conforme dados da FVS, em 2015, em todo o Estado, foram registrados 7.191 casos de dengue e houve 152 notificações de febre chikungunya, das quais somente 12 foram confirmadas, 75 descartadas e 65 permanecem sob investigação. Dos 12 casos confirmados, cinco foram de transmissão autóctone e os sete restantes ‘importados’ (o doente foi infectado fora do Estado).