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Sai nos próximos dias resultado do exame sobre caso de microcefalia relacionado ao vírus Zika
Última atualização: 8 de Janeiro de 2016 - 15:06

O diretor presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Bernardino Albuquerque, informou, ontem, que a criança nascida com perímetro cefálico de 31 cm no Instituto da Mulher Dona Lindu, Adrianópolis, Zona Centro-Sul, passou na tarde de ontem por exame de avaliação no ambulatório de auto-risco da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) para conferir alguns dados que contribuirão para o diagnóstico. O resultado deverá sair nos próximos dias.

“O grande problema não é só fazer o exame de zika, mas temos que fazer todo o diagnóstico de exclusão de outros casos que podem determinar a doença”, explica. Ele ressalta que é necessário descartar doenças congênitas (adquiridas antes do nascimento), que possam estar associadas à microcefalia, neste caso específico.

No primeiro balanço do ano dos casos de microcefalia relacionados ao Zika Virus, divulgado na última terça-feira pelo Ministério da Saúde, o Amazonas foi incluído, pela primeira vez, com um possível caso, que continua sob investigação conforme a FVS.

Ainda segundo Bernardino, embora a mãe não tenha histórico de Zika vírus ou outras doenças no período gestacional, muitas pessoas infectadas com o vírus podem não apresentar sintomatologias da doença. “Na infecção normal, apenas 20% das pessoas apresentam sintomas da doença, outras podem não sentir nada”, alerta o diretor. Todos os casos suspeitos são avaliados e a circulação do Zika é confirmada por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular.

De acordo com o Ministério da Saúde, desde 2011 até o ano passado, o Amazonas registrou anualmente, três casos de microcefalia.

Orientação

O MS orienta às gestantes para que mantenham o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico. É importante que as gestantes adotem medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.

Inspeção e mapeamento do vírus

Até o dia 4 de janeiro desse ano, já foram registrados 89 casos suspeitos de Zika vírus na capital. Do total, dois foram confirmados por transmissão autóctone, ou seja, ocorrida dentro do território nacional e oito foram descartados. De acordo com o Boletim Epidemiológico das Secretarias de Municipal e Estadual de Saúde (Semsa e Susam), 79 casos permanecem em investigação, dentre eles 13 casos são de gestantes que estão sendo monitoradas. Todos os casos foram registrados em rede pública de saúde.

Segundo o mapeamento da Semsa, em Manaus foram inspecionados pelos agentes de endemias da secretaria, no período de novembro e dezembro de 2015, aproximadamente 64.792 imóveis nas quatro zonas do município. A Zona Leste contabilizou 26.485 imóveis visitados e na Norte, 13.587. Na Zona Oeste foram 10.137 imoveis, além dos 14.583 na Zona Sul. Nesse período, foram realizados pelos agentes o tratamento de aproximadamente três mil depósitos.