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Pacientes com suspeita de zika são identificados em seis municípios do AM, diz FVS
Última atualização: 10 de Março de 2016 - 14:05

Manaus - Pacientes com suspeita de zika vírus já foram identificados em seis municípios do Amazonas, de acordo com informações da Fundação de Vigilância em Saúde do Estado (FVS-AM). Conforme o diretor-presidente do órgão, Bernardino Albuquerque, 30 casos já foram notificados. Destes, nenhum foi confirmado e não há registro de grávidas.

Entre os municípios estão Coari, Itacoatiara, Manaquiri, Iranduba, Tabatinga e Humaitá. Para os casos identificados no interior, Albuquerque afirmou que o material usado na investigação do zika não chega a capital pela dificuldade de transporte e falta de tecnologia. Ainda segundo ele, a orientação nos interiores é que, caso exista alguma complicação, o paciente deve ser encaminhado a Manaus.

"Não temos casos confirmados no interior, até porque, há uma dificuldade muito grande de confirmação, principalmente, nos municípios mais afastados. Não temos como realizar o exame laboratorial, que exige uma tecnologia de ponta e um transporte específico, então, estamos testando possibilidades para deslocar esse material do interior à capital. Os pacientes não tiveram nenhuma complicação", explicou.

O diretor-presidente da FVS disse, ainda, que 40 municípios do Amazonas, incluindo Manaus, já confirmaram a presença do mosquito Aedes aegypti nos locais. "As ações de combate se repetem na capital e no interior como, por exemplo, visitas de casa em casa, trabalhos de postos estratégicos, as brigadas, que têm desempenhado um papel muito importante, além de capas para depósitos e ações educativas", destacou.

No Estado, cerca de 55% dos imóveis urbanos já foram vistoriados para o controle dos vetores. Em Manaus, 45% dos imóveis foram vistoriados. As informações foram divulgadas pela FVS, na manhã desta quarta-feira (9), durante o seminário Zika, Chikungunya e Dengue, na Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Maior atenção às grávidas

De acordo com o secretário municipal de saúde, Homero de Miranda Leão, também presente no evento, até a última terça (8), 1.014 casos de zika foram notificados na capital amazonense. Destes, 85 foram confirmados e 702 ainda estão sob investigação. "Em relação às gravidas, que são o nosso grande foco, temos 209 notificadas, 44 confirmadas, 39 descartadas e 126 em investigação. Nos casos de microcefalia, que precisamos falar, apesar de não sabermos se possuem relação direta com os de zika, ontem um foi descartado, diminuindo para seis os números de casos investigados", relatou.

Aumento dos casos de dengue

Segundo Bernardino Albuquerque, o número de casos de dengue aumentou em 30% durante janeiro e fevereiro deste ano, comparado ao ano passado, com base nos notificados. Porém, ele ressaltou que o aumento é natural, devido ao crescimento do número de vetores ocasionado pelas chuvas intensas dessa época.

O diretor-presidente da FVS afirmou que a preocupação é com o sorotipo da dengue. "Nosso temor é que esteja aqui o sorotipo 1, pois como já havia sumido, as pessoas que podem ser picadas estão mais suscetíveis. O vírus tem quatro sorotipos, e isso acaba implicando. À medida em que ele deixa de circular, não temos a infecção para imunizar aquele sorotipo. Este é o problema do dengue 1, pois ele já havia sumido", contou.

Já os casos de chikungunya, não houve nenhuma confirmação no Amazonas, porém, 94 casos já foram notificados. "A situação da chikungunya encontra-se estável", finalizou Albuquerque.