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Biolarvicida será usado como reforço natural contra o mosquito Aedes aegypti em Manaus
Última atualização: 10 de Março de 2016 - 15:25

A guerra contra a proliferação do mosquito Aedes aegypti ganha mais um aliado em Manaus. Um projeto piloto está sendo desenvolvido no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste, para testar a eficácia do biolarvicida adquirido pela Prefeitura de Manaus para matar as larvas do mosquito nos criadouros do tipo A2, aqueles nos depósitos a nível de solo, de uso doméstico, como camburões, cacimbas, toneis, cisternas e tambores reservatórios de água.

De acordo com a gerente de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Alinne Antolini, a princípio está sendo feito a capacitação da equipe, com os representantes do produto. “Posteriormente será implantado nas residências dessa área para ser feito o acompanhamento nos tanques tratados com a pastilha. O monitoramento deve acontecer a cada 60 dias“, disse.

Servidores da coordenação do Programa da Dengue, dos Distritos de Saúde das zonas Leste, Norte, Sul e Oeste da Semsa participaram de um treinamento para servirem como multiplicadores para os agentes de endemias que farão a aplicação e o monitoramento dos imóveis nesta etapa de testes do biolarvicida.

Para o representante da Clarke Brasil, empresa detentora da patente do biolarvicida, Fábio José Magro, a tecnologia é uma solução mais segura e rápida para controle de larva. “É eficaz porque impede que as larvas se reproduzam, agindo no sistema nervoso central, causando espasmos involuntários, paralisia e morte, num processo irreversível a partir do contato da larva com o produto”, explicou.

 

Baixa toxicidade

Ainda de acordo com Magro, ao contrário dos produtos químicos sintéticos tradicionais, produzidos a partir de reações químicas controladas em indústrias, o Espinosade é produzido em tanques de fermentação. “Por ser derivado de processo biológico, apresenta baixíssima toxicidade para mamíferos, aves e peixes, além de não causar câncer ou tumores”, afirma. Em formato de pastilhas, a tecnologia vem sendo usada há quatro anos nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e cidades do Ceará, no Nordeste.

Conforme a Chefe do Núcleo de Controle da Dengue da Semsa Ruth Alexandre, o bairro Jorge Teixeira foi selecionado por aparecer constantemente na lista de altos risco no Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa). “Através desse projeto piloto do uso da pastilha no combater as larvas, a ideia é diminuir o índice no bairro. Se der certo a implantação do projeto no Jorge Teixeira, o objetivo é que seja distribuído para outras áreas de risco na capital”, finaliza.

 

Pastilhas tratam até 200l de água

Com durabilidade de 60 dias, cada pastilha trata de um a 200 litros de água. Para essa fase, a Semsa adquiriu 70 mil pastilhas. Além da aplicação, os agentes de endemias farão o monitoramento permanente dos pontos que receberem o produto.