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Monumentos e logradouros têm espaços que podem ajudar na proliferação do aedes aegypti
Última atualização: 17 de Março de 2016 - 14:47

Enquanto há campanhas e mais campanhas destinadas a engajar a população no combate ao mosquito aedes aegypti (transmissor da dengue, chikungunya e zika), diversos monumentos de Manaus estão com água parada mostrando que os órgãos responsáveis pela fiscalização e limpeza precisam também estarem atentos ao combate.

Além de apresentar total sinais de abandono, o monumento da praça sobre o igarapé do Franco, na avenida Brasil, bairro Compensa, Zona Centro-Oeste,que possui três áreas de espelho d’água é um dos locais mais apropriados para a procriação do aedes aegypti. A praça e o monumento se transformou em abrigo para os moradores de rua.

Após um dos moradores de rua ter sido internado no hospital contaminado com o vírus da dengue, os demais conviventes do local resolveram quebrar um dos espelhos d’água para evitar o acúmulo e procriação do mosquito aedes aegypti.

A moradora de rua Iara Ana dos Santos, 48, contou que sempre há garis nas proximidades, porém raramente realizam a limpeza na praça. “A praça é totalmente coberta por matos, pois foi esquecida. Moramos aqui, mas não proibimos de ninguém vir visitar o monumento e muito menos limpar, sabemos que este espaço é publico. Mas, realmente é feio um espaço deste quase em frente à sede do governo está abandonado deste jeito. Diziam que águas iriam jorrar das pontes do monumento, mas tenho certeza que virou local para procriação do mosquito”, disse.

O espelho d’água da rotatória do Mindu, Zona Centro-Sul, também é outro monumento onde virou foco de água parada para a procriação do aedes aegypti. São pelo menos três piscina que fazem parte do espelho que após minutos de chuva fica com água parada. Vendedores das proximidades afirmam que o local passa meses sem a visita da manutenção.

No monumento de Abertura dos Portos, no Largo São Sebastião, Centro, por baixo dos barcos que representam os continentes há uma boa quantidade de água parada. Antigamente, neste local turistas jogavam moedas, moradores de rua tomavam banho, mas desde que houve a reforma e que colocaram vigias no largo, o costume foi perdido.

Um dos vigias, que preferiu não se identificar, contou que às vezes essa água é trocada. Neste período de chuva passam, muitas vezes, semanas parada e, em alguns casos, até esquecida.

“A água fica cheia de lodo e, quando resolvem fazer a limpeza, é preciso utilizar produtos que podem até prejudicar o material do mármore utilizado no manumento”, contou.

O vigia disse que a coordenação do Largo tinha sido acionada por militares quando houve o “dia D” de combate ao Aedes aegypti (13 de fevereiro) e que foram orientados em manter o monumento limpo. “Neste dia, houve uma limpeza pesada em toda a praça, e a coordenação se comprometeu em manter a limpeza do monumento, porém ultimamente a água é trocada somente nos dias de quarta-feira”, completou.

Secretarias prometem fiscalização

A Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semusp) informou que enviará fiscais para verificar cada local da cidade citados por A CRÍTICA. A Semusp informou também que acionará outras secretarias para, juntas, resolverem os problemas apontados e, assim, eliminar possíveis focos do mosquito aedes aegypti, causador da dengue, chicungunya e zika.

A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) disse que realiza inspeções periódicas nos locais que recebem ou possuem espaços com água e com tratamento a base de cloro. Quando há água exposta, uma química é aplicada pelos funcionários que realizam manutenção e por agentes de controle de endemias.

Conforme a secretaria, as praças são consideradas pontos estratégicos e, por isso, são visitadas a cada 15 dias para o manejo feito pelas equipes de endemias, que destróem criadouros e aplicam o bio larvicida.