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Amazonas notifica quatro casos de microcefalia em março
Última atualização: 4 de Abril de 2016 - 15:03

Manaus - Somente no mês de março, o Amazonas notificou quatro casos de microcefalia, segundo o diretor-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Bernardino Albuquerque e, até o momento, não há confirmação se as notificações estejam relacionadas ao vírus zika. O Estado está investigando os casos e aguarda confirmação laboratorial, conforme ele.

“A interpretação é que a causa da microcefalia foi infecção congênita, não sabemos se é por zika . Temos que realizar o descarte de todas as doenças que podem ocasionar a microcefalia antes”, disse.

O exame que garante o diagnóstico somente nos cinco dias de apresentação dos sintomas, é a principal forma de relação do vírus ao nascimento de crianças com microcefalia no Amazonas.

Este ano, conforme Albuquerque, o Estado notificou o nascimento de cinco crianças em janeiro, duas em fevereiro e quatro em março, com microcefalia.

No boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (MS), divulgado no dia 26, o Estado aparece com um caso confirmado de microcefalia e nove em investigação. Um já foi descartado. Os dados do informe epidemiológico do MS são enviados, segundo o órgão, semanalmente pelas secretarias estaduais de Saúde.

Na manhã desta sexta-feira, a assessoria de comunicação do MS confirmou os casos em investigação no Estado e “considera que houve infecção pelo zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia, utilizando não apenas o critério dos casos laboratorial específico para o vírus”.

Entre os municípios que foram localizados os casos suspeitos de microcefalia pelo vírus zika está a capital Manaus com nove casos, Manacapuru e Iranduba com um caso cada.

Brasil

Em todo o País, os 944 casos confirmados de microcefalia, segundo o MS, ocorreram em 358 municípios, localizados em 21 unidades da federação: Amazonas, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará, Rondônia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Paraná.

Zika

Nove municípios do interior do Amazonas, além de Manaus, têm pacientes com  suspeita de zika  e, em dois deles, foram notificados casos de microcefalia. As informações são da FVS.

Entre os municípios do interior,  Iranduba é o que apresenta o maior número de pessoas com casos suspeitos de zika (8),  segundo a FVS. Em seguida, aparecem Coari (4) e Humaitá  (2). As cidades de Itacoatiara, Manacapuru, Manaquiri, Parintins, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva apresentaram um caso, cada, totalizando 20 casos suspeitos no interior do Estado.

Em Manaus são 287 casos suspeitos, sendo 44 em grávidas.

Estado participa de pesquisa sobre o zika

Pesquisadores da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro e de Pernambuco preparam-se para iniciar um grande estudo sobre a presença e a persistência do zika vírus nos fluidos corporais (lágrima, saliva, leite materno, secreções vaginais e esperma). A intenção do estudo é avançar, no sentido de esclarecer a possibilidade de transmissão do zika por outras vias, que não a da picada do Aedes aegypti.

O secretário estadual de Saúde, Pedro Elias de Souza, explica que a pesquisa é financiada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em parceria com o Ministério da Saúde (MS). O estudo será o primeiro realizado no mundo, neste formato, disse ele.

Segundo o diretor de Ensino e Pesquisa da FMT, pesquisador Marcus Lacerda, na semana passada, em Recife, ocorreu a primeira reunião sobre o estudo. Os pesquisadores começaram a trabalhar na elaboração do protocolo da pesquisa. “A FMT será um dos locais onde a pesquisa será realizada”, afirmou.

Ele ressalta que ainda há poucos estudos sobre o zika e que alguns apontam evidências da transmissão do vírus pela via sexual.