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Kit: teste irá permitir identificação simutânea da Dengue, Zika e Chikungunya
Última atualização: 6 de Abril de 2016 - 15:18

Dois meios de refrear a proliferação das doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, sendo um de diagnóstico e outro de prevenção, estão previstos para serem anunciados até a próxima semana, pelo setor científico com representação em Manaus.

O primeiro é o resultado final do estudo sobre o kit ou protocolo NAT (Teste de Ácido Nucleico), que vai permitir a identificação simultânea dos vírus da Dengue, Zika e Chikungunya. O objetivo do teste é poupar tempo e garantir maior agilidade para o diagnóstico.

Na sequência da semana que vem, aproximadamente mil voluntários selecionados na capital amazonense devem iniciar os testes de uma vacina contra a Dengue. Manaus integra uma região de incidência da epidemia da doença e foi anunciada no final do ano passado como um dos 12 centros de testes da vacina contra a dengue.

Segundo o vice-diretor de pesquisas do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD)/ Fiocruz-Amazônia, Felipe Naveca, caso o rendimento do NAT seja satisfatório, cerca de 50 mil kits desenvolvidos por quatro unidades da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e hemocentros serão distribuídos a 18 dos 27 laboratórios centrais (Lacen) do Ministério da Saúde, em cada Estado, entre eles Manaus.

“Além de evitar a necessidade de três testes separados, o protocolo (kit) oferece uma combinação pronta de reagentes, acelerando a análise das amostras e a liberação dos resultados em até três horas”, destaca Felipe Naveca.

Atualmente, o diagnóstico do vírus da Zika é realizado por técnicas moleculares, com uso de testes diretos, também conhecido por PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), que identifica a presença do material genético do vírus na amostra. O teste sanguíneo detecta a doença do vírus nos primeiros sete dias de infecção, mas o ideal é que o paciente também faça o teste de anticorpos quatro dias após a infecção.

Quanto aos testes da vacina, eles serão feitos durante doze meses. Os voluntários que irão participar do estudo na capital amazonense, estão na faixa etária de 2 e 59 anos, exceto mulheres grávidas e pessoas com doenças crônicas.

Acompanhamento

O pesquisador da Fiocruz, Marcus Lacerda, que estará à frente da coleta dos dados, através da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), ressalta que os voluntários serão acompanhados durante cinco anos após o teste.

Segundo o pesquidador, o acompanhamento faz parte do protocolo a ser seguido para atestar a eficácia do medicamento.

Produção quase que imediata

Os kits com dos novos testes podem entrar em produção quase imediata, uma vez que, a fabricação de reagentes da Fiocruz atende à hemorrede brasileira na confecção dos testes kit NAT, oferecidos em 100% dos bancos públicos brasileiros e que agilizam a identificação dos vírus HIV e da hepatite C no sangue.

A produção e nacionalização dos kits poderá representar uma economia de mais de 50% aos cofres públicos, pois atualmente os insumos são obtidos de fornecedores internacionais. O pesquisador explica que além de reduzir os custos, o protocolo vai possibilitar a substituição de insumos estrangeiros por um produto nacional.

“Temos o protocolo de desenvolvimento nos Estado Unidos, mas isso não significa que este é o melhor para o tipo de amostra no Brasil; agora estamos colocando em prática um exame mais próximo de nossa realidade”, ressaltou Felipe Naveca.

Em números

17 mil

voluntários de 13 cidades nas cinco regiões do Brasil participarão dos estudos e serão vacinados durante um ano, incluindo Manaus. Os resultados da pesquisa dependem de como será a circulação do vírus.

Náferson Cruz