A Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e o Instituto Butantan, de São Paulo, anunciam nesta quinta-feira, 30, o início dos testes da vacina contra a dengue, que será realizado em Manaus. Na ocasião, serão imunizados os primeiros voluntários.

A medicação está sendo desenvolvida pela instituição de pesquisa paulista, com o apoio do Ministério da Saúde.

A Fundação amazonense é um dos 14 centros de pesquisa escolhidos, no Brasil, para executar esta que é a terceira e última fase dos estudos sobre a vacina, antes que ela possa ser submetida à Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) para registro.

Em todo o país, os testes deverão abranger a vacinação e o acompanhamento de 17 mil voluntários, distribuídos em 13 cidades, nas cinco regiões brasileiras.

A diretora-presidente da FMT, Graça Alecrim, explica que o estudo prevê a vacinação de 1,2 mil voluntários em Manaus, que passarão a ser acompanhados por um período de cinco anos, para verificar a eficácia e a duração da proteção da vacina.

A previsão é que os 1,2 mil voluntários estejam todos vacinados em até um ano.

Embora o acompanhamento dos voluntários deva se estender por cinco anos, é possível que os resultados parciais do estudo permitam solicitar o registro, para que seja disponibilizada à população pelo Ministério da Saúde em dois ou três anos.

Segundo Marcus Lacerda, pesquisador da FMT, os voluntários serão escolhidos por sorteio. “Os sorteados que se propuserem a participar dos testes assinarão termo de livre consentimento, com todas as informações sobre o processo de acompanhamento, riscos e benefícios. É um processo bastante rigoroso, previsto em protocolo aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa das respectivas instituições envolvidas”.

De um modo geral, os voluntários devem estar na faixa etária de 2 a 59 anos. Para efeito de estudo, serão organizados em grupos de 2 a 6 anos; 7 a 17 anos; e 18 a 59 anos. Não podem participar grávidas, pessoas que sofrem de doenças crônicas, como o câncer, que estejam em tratamento com quimioterápicos, altas doses de corticóide ou outras situações de baixa imunidade.