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Demonstrando consciência, população faz prevenção contra o temido Aedes aegypti
Última atualização: 19 de Julho de 2016 - 18:14

O ditado popular “Gato escaldado tem medo de água fria” pode muito bem ser aplicado a moradores ouvidos por A Crítica e que dizem estar cada vez mais se prevenindo contra os males da dengue, zika e chikungunya. Numa incursão aleatória por alguns bairros da cidade, no último final de semana, a reportagem viu uma parte da população esclarecida e consciente dos seus deveres de cidadão no combate contra o trio maligno de doenças. E o mais importante: eles disseram que esse mesmo combate independe das campanhas dos órgãos públicos de saúde!

Moradores como o autônomo Roberto Ferreira Muniz, 52. Residente da rua 47 do bairro Cidade Nova 1, na Zona Norte, nem sonham mais serem acometidos do vírus da dengue, que está instalado no organismo do mosquito vetor e transmissor Aedes aegypti.

“É horrível. Peguei dengue há 3 anos para nunca mais. As dores eram muito fortes. Por todo canto do corpo. Pra pessoa cair mesmo. Acho que peguei o vírus na rua Curió, aqui mesmo na Cidade Nova 1”, declarou ele, que mora na casa há 2 meses e que demonstra bastante esclarecimento quando o assunto são as formas de prevenção.  

“Na minha casa não tem água parada. Eu armazeno a água em um camburão de 100 litros. E o líquido que consumimos vem de um poço artesiano aqui próximo da minha residência. Outra forma de prevenção que faço e que seu eu vejo uma latinha, copinho ou pincha com água eu vou logo emborcando e jogando fora. Aqui dentro da minha casa não entra essas coisas”, explica Muniz.

Ele declara que faz esse combate ao mosquito “há mais de 5 anos e antes das campanhas de conscientização realizadas atualmente no País ”.

 

Casal esclarecido

No bairro Novo Aleixo, Zona Leste, o jovem casal Kalene Fonseca Nunes, 19, dona de casa, e Jonilson Marques, 18, estudante, são enfáticos em dizer que se previnem. Ela fala que entre as práticas está “não deixar a água parada, limpar bem o quintal e virando as garrafas para baixo”.

“Já fazíamos isso mesmo antes de todas essas campanhas”, conta ela, destacando que “com essas ações você ainda protege o meio ambiente”, conta ela, segurando nos braços a pequena Érika Kailane, de apenas 9 meses de idade.

“Nós nos prevenimos ainda mais em face da nossa filha”, comenta Kalene, destacando que mesmo com o esclarecimento de alguns, ainda é preciso que a população se dedique mais na limpeza das suas casas e na guerra contra o temido Aedes aegypti.

O marido reforça dizendo que o trio ainda não pegou dengue, e que se fosse depender apenas das autoridades “estariam prejudicados”.

 

Recipientes fechados

No São José, a aposentada Marcelina Alves de Almeida, 65, também dá show de esclarecimento ao manter tampados todos os recipientes onde estão armazenados água na sua residência da rua Xiborena.

“Nós lavamos o camburão, ensacamos bem o lixo e nunca deixamos água empossada”, conta ela.

 

Grávidas no grupo de atenção

Os dados mais recentes do boletim epidemiológico sobre o zika vírus, divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) mostra que, até a última quarta-feira (13), foram registrados em Manaus 5.178 casos suspeitos de infecção pelo vírus, dos quais 2.347 confirmados e 2.459 descartados. Outros 372 permanecem em investigação.

O documento aponta que, do total de casos suspeitos, 1.015 são em mulheres grávidas e que, destes, 356 foram confirmados, 566 foram descartados e 96 ainda estão sendo investigados. “As grávidas continuam sendo o grupo prioritário de atenção pelos riscos de ocorrência de microcefalia em bebês de mães que tiveram contato com o zika vírus durante a gestação”, destaca o secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão. Segundo o boletim, a capital tem um único caso confirmado de microcefalia relacionada ao zika. Entre os 19 casos registrados até o momento, quatro não tem relação com o vírus, cinco foram descartados e nove continuam em investigação.

 

Frases

"Já fazíamos nossa prevenção antes de todas essas campanhas. “Com essas ações você ainda protege o meio ambiente”. Kalene Nunes, Dona de casa

“Na minha casa não tem água parada. Nós armazenamos em um camburão de 100 litros". Roberto Ferreira Muniz, Trabalhador autônomo