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Em 2017, 36 já morreram por tuberculose no AM
Última atualização: 8 de Maio de 2017 - 21:01

Manaus - O número de mortes por tuberculose cresceu 18,89%, em 2016, em relação a 2015, no Amazonas, chegando a 151 casos. Neste ano, ao menos 36 pessoas já morreram, em função da doença. Os dados são da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), que alerta para a importância do tratamento completo da doença, fato que não acontece na maioria dos casos.

No primeiro trimestre deste ano, foram registrados 714 novos casos de tuberculose no Amazonas, enquanto que no mesmo período do ano passado, foram 677 casos, segundo a FVS. 

Para a coordenadora do Programa de Combate à Tuberculose no Amazonas, Marlucia Garrido, o aumento nos casos de tuberculose é um reflexo do avanço na identificação. “É comum haver um aumento inicial por conta do avanço no método de detectar a doença, o que deixa o número inicial um pouco maior. O que aumentou não foi o número de casos da doença, porque se formos comparar os dados do ano de 2015 e 2016, houve uma diminuição de 100 casos”, afirma.

As mortes pela doença preocupam. Enquanto 127 pessoas morreram com tuberculose em 2015, em 2016, o número subiu para 151, um crescimento de 18,89%.

Segundo Garrido, um dos principais motivos para a incidência de casos e aumento no número de óbitos no Amazonas ocorre porque os pacientes não buscam tratamento até o fim. “Esse é um problema que envolve a sociedade com pessoas que precisam procurar tratamento. O maior perigo dessa doença é a demora na procura pelo tratamento completo através de um profissional. A unidade de saúde precisa estar preparada para acompanhar os casos até a cura. As pessoas precisam principalmente continuar o tratamento até o fim para não transmitir a doença a outros, pois tem gente que pensa que teve cura, mas ao sair do tratamento médico, transmite a doença a outras pessoas”, afirma a coordenadora.

Segundo Garrido, o tratamento na fase inicial da doença aumenta as chances de cura e a diminuição de óbitos. “Se tratada na fase inicial, a doença não apresenta maiores riscos à pessoa. Os casos de tuberculose sofreram uma melhora no diagnóstico, eles precisam de uma melhora na detecção”, afirma.

Uma pesquisa denominada ‘Pesquisa Regional Prospectiva e Observacional em Tuberculose’ (RePORT-Brasil), que reúne especialistas de instituições do Brasil, Índia, África do Sul, Indonésia, China e Rússia, pretende monitorar os casos da doença no Amazonas para identificar fatores genéticos relacionados a falhas e efeitos colaterais do tratamento de tuberculose.

Segundo o coordenador da pesquisa na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Marcelo Cordeiro, a pesquisa deve identificar como os casos de tuberculose estão sendo tratados na região e se as pessoas estão buscando tratamento até o fim da doença.

“A pesquisa começou em Manaus em janeiro de 2016 e entrará em uma nova fase agora, no mês de maio. Esperamos que através de exames a gente consiga identificar indivíduos que tenham um maior risco de falhar o tratamento e, com isso, propor novas formas de tratamento para este grupo. Essa pesquisa serve para melhorar as taxas de cura da doença. O objetivo é identificar fatores genéticos relacionados à fase do tratamento e uma ocorrência de efeitos colaterais ao longo do tratamento”, disse Cordeiro.