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Nove bairros apresentam alto risco de infestação do Aedes aegypti em Manaus
Última atualização: 1 de Dezembro de 2017 - 14:18

Quatro municípios do interior do Amazonas estão em alto risco de infestação por Aedes aegypti, mosquito transmissor da febre chikungunya, zika e dengue, segundo o Levantamento Rápido de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), e outros 11, entre eles Manaus, apresentam risco médio, de acordo com dados divulgados ontem pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS). Na capital amazonense, nove bairros figuram em ‘alto risco’, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), mas o bairro de Alvorada, localizada na Zona Oeste, é o que ocupa o topo da lista - e das preocupações dos órgãos de saúde.

Segundo a subsecretária de gestão da saúde da Semsa, Lubélia Sá Freire, além do Alvorada, os bairros Redenção, da Paz e Compensa também são motivo de preocupação na Zona Oeste, que é considerada a área mais alarmante da capital amazonense quando o assunto é o Aedes aegypti. Contudo, a susbsecretária apontou redução de infestação de mosquitos e redução no número de casos das três doenças em comparação com o ano passado.  “O município atua na prevenção e promoção da saúde com ações nesses bairros. Houve redução nas casas visitadas, mas a população tem que manipular  o lixo de forma que não acumule água nos sacos plásticos e nas garrafas pet. Cada um tem que fazer a sua parte”, disse.

Interior

A FVS-AM encaminhou ao Ministério da Saúde (MS) os dados de 39 municípios no Amazonas, que apontam uma a média de 1,5% de infestação no Estado, considerado risco médio. Para classificar o nível de risco de infestação, a FVS usa três níveis: baixo médio e alto.

De acordo com essa nomenclatura da FVS, quatro municípios do Estado estão com alto risco de infestação (acima de 3,9%). São eles: Guajará (10%), São Gabriel da Cachoeira (6,1%), Nova Olinda do Norte (4,1%) e Lábrea (4%).

Outras 11 cidades são consideradas de “médio risco” pela FVS, incluindo a capital amazonense com índice de 2,1%, Novo Airão (3,4%), Beruri (2,9%), Humaitá (2,9%), Jutaí (2,7%), Coari (2,4%), Tabatinga (1,8%), Tonantins (1,6%), Tefé (1,5%), Maués (1,4) e Santo Antônio do Içá (1%).  A FVS informou ainda que 24 municípios apresentaram o resultado abaixo de 1%, considerados baixo índice de infestação ou “satisfatório” pelo Ministério da Saúde.

Ministério da Saúde

Na última terça-feira, o Ministério da Saúde divulgou dados nacionais do Liraa, com resultados parciais do Amazonas. De acordo com o relatório do LIRAa do MS, apenas 13 municípios do Amazonas repassaram as informações a tempo de serem incluídos no relatório. Destes, Anorí, Apuí, Barcelos, Benjamin Constant, Boca do Acre, Codajás, Iranduba, Itacoatiara e Japurá são cidades consideradas como em estado “satisfatório”, que equivale a baixo risco, conforme a classificação do LIRAa. Em situação de “alerta” (ou risco médio), foram incluídos a capital amazonense e os municípios de Beruri, Jutaí e Tonantins.

Redução de dengue, zika e chikungunya

De acordo com os dados da Semsa, em 2016 foram notificados 8.637 casos de dengue, enquanto que em 2017 foram 3.960, uma redução de 54,2%.

Os casos de Chikungunya tiveram redução de 82%. Em 2016, foram 1.884 casos e, em 2017, foram 340. Os casos de zika no ano passado foram 6.004 notificados e 465 este ano, redução de 92%.

De janeiro até outubro deste ano foram notificados, no Amazonas, segundo dados da FVS, 7.408 casos de dengue, 541 casos de chikungunya e 620 casos de zika vírus. Conforme a pasta, as doenças transmitidas pelo mosquito apresentam redução em relação ao mesmo período de 2016, e até o momento o zika vírus é a doença que registrou a maior redução, com 89,28%, com a notificação de 5.945 casos em 2016. Seguido pela redução de 47% nos casos de dengue, que Estado registrou, no ano passado, 14.014. Chikungunya também apresentou redução de 42% no Amazonas, sendo notificados 948 casos em 2016.

Preocupação em outras localidades

Apesar de nove bairros serem considerados alto índice, moradores de outros bairros, como o Tarumã, também sofrem com o medo das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

A técnica de enfermagem Lucilene Carvalho, 54, moradora da comunidade Chacará Paraíso Tropical, no Tarumã, disse que há vários terrenos na área com lixo e poças de água, que facilitam a proliferação do mosquito. “Estamos entrando no tempo de chuva, os mosquitos depositaram os ovos lá e agora estão prestas a eclodir. Aí a gente fica com medo, eu já tive dengue e tenho o maior medo de ter uma segunda vez”, contou a técnica de enfermagem.