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Brigadas populares são arma na redução de dengue, Zika e Chikungunya no AM
Última atualização: 11 de Dezembro de 2017 - 16:40

As brigadas contra o Aedes aegypti tiveram um papel fundamental na redução dos casos de dengue em 47%, de Zika vírus em 89,28% e Chikungunya, que caíram 42%, este ano, no Amazonas. A análise é do diretor-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), Bernardino Albuquerque. De acordo com ele, o Estado tem cerca de cinco mil brigadas e é uma referência nacional na implantação desses agrupamentos em instituições públicas.

Nesta quinta-feira (7), na celebração do Dia Nacional de Mobilização, Prevenção e Controle da Dengue, Chikungunya e Zika, foi apresentado o modelo de projeto de Brigada na Melhor Idade, implantado neste ano pela Universidade Aberta da Terceira Idade da Universidade do Estado do Amazonas (UnATI/UEA).

“Constituímos e treinamos esse pessoal, principalmente dentro das instituições que albergam a população, para que esse exército também nos ajude a disseminar as informações de combate e controle do Aedes”, afirmou Albuquerque.

Colegas de atividades no Centro de Convivência da Família Magdalena Arce Daou, Graça Pacheco, 53, Maria Luiza Lamego Barbosa, 71, Paulo Sérgio de Oliveira Cruz, 65, e Maria Madalena Alencar, 79, não pensaram duas vezes antes de aceitar fazer parte de uma brigada contra o Aedes aegypti.

“É muito bom porque o que aprendemos no curso estamos colocando em prática em casa e transmitindo as informações de cuidado para a nossa família, os vizinhos e conhecidos”, disse Sérgio.  

Graça também está colocando em prática o que aprendeu no curso. Conforme ela, depois do treinamento, mandou capinar o quintal, tirou todos os vasos que acumulavam água do local e telou a caixa d’água.

“Agora toda semana verifico os vasos de planta para saber se não tem água acumulada e oriento meus filhos e netos sobre os cuidados que devemos ter para não deixar o mosquito se desenvolver”, contou. “E é mais um motivo para estarmos nos movimentando”, completou a amiga Luiza.

Missão fundamental

Os brigadistas têm um papel essencial na luta contra os possíveis focos do mosquito. Eles têm a missão de se tornarem multiplicadores das informações, formando uma corrente de prevenção ao nascimento do vetor e difundindo a campanha dos dez minutos semanais de fiscalização contra a dengue, Zika vírus e Chikugunya.

“As brigadas, especialmente de escolas, têm nos dado um impulso muito grande no controle vetorial e não é à toa que o Amazonas vem mantendo a redução da incidência das doenças transmitidas pelo Aedes”, destacou Bernardino Albuquerque.

Número

42 municípios do Amazonas apresentam um índice de infestação de 1,5%, considerado de médio risco, de acordo com o resultado geral do 3º LIRAa, realizado em novembro. Conforme a FVS-AM, 24 municípios apresentam baixo índice de infestação, 11 têm  médio risco e quatro têm alto risco.

Alerta geral no Estado

Todos os municípios do Estado iniciaram, ontem, uma grande mobilização para combater o Aedes aegypti. A forma de prevenção é não acumular água parada. O ciclo de evolução do Aedes é de sete dias, portanto, a FVS recomenda o trabalho semanal de verificação e eliminação de focos.

Antecipada por causa do feriado

O Dia D da campanha de Prevenção e Controle da Dengue, Chikungunya e Zika, que aconteceu ontem, foi antecipado no Amazonas por causa do feriado local, hoje. Neste ano, a programação oficial, na quadra do Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos do Alvorada, bairro Alvorada, Zona Centro-Oeste, contou com a participação de artistas locais, que apresentam um show alusivo ao tema da campanha – “Xô Aedes”. O Alvorada foi um dos bairros com maior risco de infestação.

O diretor-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), Bernardino Albuquerque, reforçou a importância do envolvimento de cada pessoa na campanha. “Que cada cidadão tire pelo menos dez minutos dentro de uma semana para verificar os locais onde o mosquito possa se reproduzir, que vai desde as garrafas pet até as caixas d’água”, ressaltou.

O secretário municipal de Saúde (Semsa), Marcelo Magaldi, destacou que Manaus conseguiu diminuir o número de casos das doenças causadas pelo mosquito em 2017, mas é preciso continuar vigilante. “A gente tem que estar muito atentos. Os números melhoraram em 2017, mas precisamos cada vez mais redobrar a atenção, colocar toda a nossa brigada na rua para combater o mosquito”, afirmou.