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Alerta para as formas de contágio da Doença de Chagas
Última atualização: 17 de Janeiro de 2018 - 11:34

Manaus - Mal de chagas, chaguismo e tripassomíase americana são também os nomes da conhecida de Doença de Chagas. A enfermidade é transmitida para os humanos pelas fezes de insetos, principalmente pelas fezes do mosquito barbeiro, que contém um protozoário chamado de trypanossoma cruzi que, em contato com o ser humano, pode ocasionar a contaminação.

No Amazonas, segundo o diretor-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), Bernadino Albuquerque, os casos de Doença de Chagas transmitidos por vetores são raros. Em 2016, foram apenas quatro casos registrados. Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam) sete casos foram registrados entre o final de 2017 e este início de 2018.

Os recentes registros da doença foram no município de Lábrea, porém, ao longo dos anos, a doença também foi constatada nas cidades de Carauari e Coari. No Brasil, desde que começou a ser diagnosticada, em meados da década de 1970, a enfermidade chegou a soma de dois milhões de casos. Por volta de 1975 a endemia no país era tão expressiva que se espalhou por mais de dois mil municípios brasileiros.

Atualmente, o contágio mais comum se dá pelo consumo de alimentos contaminados por protozoários - como foi o caso dos sete integrantes de uma mesma família ao consumir alimento contaminado em Lábrea.  

Porém, as outras formas de infecções não podem ser descartadas, como contato direto com o inseto (picada do barbeiro), bichos contaminados, transfusão sanguínea ou até mesmo transplantes de órgãos também contaminados.

Apesar dos casos recentes, as autoridade de vigilância em Saúde ressaltam que o Brasil recebeu, há onze anos, o certificado internacional de cessação de transmissão da doença por via vetorial (transmissão direta via picada do inseto).

Apesar dos casos recentes, as autoridade de vigilância em Saúde ressaltam que o Brasil recebeu, há onze anos, o certificado internacional de cessação de transmissão da doença por via vetorial (transmissão direta via picada do inseto).

Risco

Moradia em situação de extrema pobreza, transfusão de sangue e principalmente consumo de alimentos não higienizados corretamente aumentam a possibilidade de contrair a doença.

Para o médico e pesquisador da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, Jorge Guerra, as contaminações por meio do consumo de frutos das palmeiras como bacaba e o "queridinho" açaí, ainda são os principais vilões por causa da má qualidade no manuseio do alimento.

“Graças ao grande consumo desses alimentos pelos habitantes da Região Norte, a contaminação acaba sendo inevitável, se o alimento não for bem preparado. O que acontece é que, na maioria das vezes, um simples ato de higiene correto é deixado de lado. Lavar bem esses alimentos na hora da seleção e dobrar os cuidados na hora de batê-los é imprescindível para evitar a doença e fazer o consumo forma segura”, explica o médico.

Jorge Guerra revela, ainda, que a única forma de tomar o açaí sem se preocupar com a contaminação é consumir o alimento na forma pasteurizada.

Sistema da doença

Entre os sintomas apresentados pelos portadores da Doença de Chagas se destacam fadiga, febre, vômitos, diarreia, irritações da pele, dores no corpo, dores de cabeça; se picado pelo inseto, inchaço e vermelhidão no local da picada, mal-estar, aumento no tamanho do baço ou do fígado, olhos inchados.

O diretor-presidente da FVS, Bernadino Albuquerque, explica que os sintomas podem ser confundidos. "Por serem muito parecidos, os sintomas acabam sendo confundidos com a malária, por isso que o microscopista é um especialista que também pode dar o diagnóstico".

Mas, em alguns casos, segundo o médico, a doença pode ser assintomática. “Nem todos os casos apresentam sintomas, existem situações, inclusive, que a pessoa pode ter se contaminado, mas passar a vida toda sem desenvolver a doença”, frisa o médico.

Diagnóstico

Um estudo publicado em maio de 2017, na revista médica “Tropical Diseases”, mostrou que a Doença de Chagas, oferece o dobro do rico de morte quando não mostra sintomas. Para diagnosticar a doença, os médicos podem pedir exames sorológicos, eco cardiograma e endoscopias para descobrir em que fase está a enfermidade.

No Amazonas, microscopistas treinados para diagnosticar tanto a malária quanto o mal de Chagas estão à disposição da população nas redes de saúde. Além disso, exames físicos e um histórico de hábitos para identificar possíveis causas que levaram à doença são procedimentos realizados pelos profissionais.

Tratamento

Segundo o pesquisador, o tratamento dura em média 60 dias, tanto para a doença em fase aguda quanto para o estado crônico. No caso agudo, o tratamento medicamentoso pode ajudar na evolução rápida para a cura.

Em pacientes que se encontram em estados crônicos e diagnósticos tardios, o uso do medicamento surti menos efeito e a probabilidade de cura é bem menor. A forma de diagnóstico e tratamento, variam de acordo com cada caso, avaliado pelos médicos.

Em casos de crianças, a internação por vezes é uma opção mais viável aina que o quadro não seja grave para uma melhor acompanhamento. O tempo de internação também varia com o quadro do paciente.

Edição: Lívia Nadjanara.


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