Com baixa procura, AM tem estoque com 281,2 mil doses de vacina contra febre amarela
Última atualização: 23 de Janeiro de 2018 - 14:34
pouca procura pela imunização contra a febre amarela no Amazonas, em 2017, fez o estado acumular 281.238 mil doses da vacina. O estado integra a lista de áreas consideradas endêmicas da doença. Apesar disso, as autoridades de saúde afirmam que não há riscos de surtos, a exemplo de São Paulo e Minas Gerais. Este ano, ainda não houve registros da enfermidade no estado.
De acordo com a Fundação de Vigilâcia em Saúde (FVS-AM), as vacinas são encaminhadas pelo Ministério da Saúde e distribuídas mensalmente atendendo à solicitação dos municípios.
Em 2016, a Gerência de Imunizações da FVS-AM disponibilizou aos municípios 618.910 doses de vacina e em 2017, 528.530 para aplicações de rotina. Desse total, 283.692 pessoas foram imunizadas em 2016. Já em 2017, esse número chegou a 247.292 pessoas.
Segundo a FVS, não houve aumento da procura pela vacina após os surtos em outros estados do país. O G1 visitou unidades de saúde de Manaus durante dois dias, e não encontrou pessoas em busca da imunização contra a febre amarela.
Todo o Estado é considerado endêmico para a febre amarela silvestre. Segundo a Secretaria de Estado e Saúde, o maior risco é para as pessoas que vivem ou adentram áreas de floresta para fins de trabalho ou lazer, e a zona rural dos municípios, incluindo a de Manaus.
Na região Norte, a imunização contra a doença está incluída no Calendário Nacional de Vacinação.
A coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Izabel Nascimento, disse que o esquema de imunização foi implantado no estado em 1996.
“Ao longo de 22 anos foram aplicadas mais de 7 milhões de doses da vacina de Febre Amarela no nosso estado. É o dobro da nossa população. Isso não quer dizer que toda nossa população está imunizada e tanto que no ano passado tivemos casos", disse.
O calendário vacinal determinado pelo Ministério da Saúde prioriza que crianças recebam a vacina aos nove meses de vida, com reforço aos 4 anos. No caso dos adultos não vacinados, a recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de uma dose para a proteção contra a doença durante o restante da vida.
Em todo o Amazonas, a cobertura vacinal do Amazonas é de 80,05% da população, o que equivale a 2.880.677 pessoa vacinadas. A coordenadora do Programa Estadual de Imunização diz que a taxa ainda não é a ideal.
"O melhor seria 100% ou no mínimo 95%. Não é falta de vacina. O que está faltando é a população saber que a vacina existe e está lá. Nós temos um problema maior com população adulta que só procura a vacina quando quer viajar", destacou.
Na capital, a vacinação é oferecida nas 185 salas de vacinação em Unidades Básicas de Saúde (UBS) localizadas em todas as zonas da cidade. A Secretaria Municipal de Saúde recebe, mensalmente, de 30 mil a 40 mil doses. Em 2017 foram aplicadas 151.220 doses.
"Precisamos informar a população de que no nosso estado essa vacina é rotina e tem diariamente em todas as unidades de saúde", disse.
Casos da doença
Em 2017, foram notificados 14 casos de suspeita de febre no Amazonas, sendo quatro em Manaus, dois em Autazes, dois em Itacoatiara e um caso em cada um dos seguintes municípios: Carauari, Careiro, Manacapuru, Tabatinga, Tefé e Urucará. Destes, apenas três foram confirmados: dois em Autazes e um no Careiro Castanho, sem ocorrência de óbito.
A Secretário de Saúde Municipal destacou que há 11 anos a capital amazonense não registra casos da doença.
Em 2016, foram notificados nove casos suspeitos, com confirmação de apenas dois casos. Uma pessoa veio a óbito em Itapiranga vítima de febre amarela.
Área prioritária
Segundo o governo, a ocorrência de febre amarela urbana, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, foi extinta no Brasil em 1942, sendo os últimos casos registrados no Acre. A partir de então, a doença persistiu no país de forma residual, na sua forma silvestre, nos estados com florestas preservadas, dentre esses o Amazonas, transmitida pelos mosquitos dos gêneros Sabethes e Haemagogus, que vivem apenas em áreas de matas.
Nesses estados, a doença ocorre de forma endêmica e o Ministério da Saúde preconiza uma cobertura vacinal obrigatória de 100% da população contra a doença.
Sobre a febre amarela
Até as primeiras décadas do século 20, a febre amarela era um grave problema de saúde pública, afetando as populações urbanas. Depois, a doença foi controlada nas cidades e desde então os riscos se concentram nas áreas urbanas e de floresta. A doença se classifica em “silvestre” e “urbana”.
A febre amarela silvestre se mantém naturalmente em um ciclo de transmissão que envolve primatas não humanos (hospedeiros animais) e mosquitos silvestres dos gêneros Haemagogus e Sabethes. O mosquito se contamina ao picar um macaco infectado e, ao picar uma pessoa, transmite o vírus. A febre amarela urbana, que não é registrada no país desde 1942, é causada pelo mesmo vírus e se manifesta da mesma forma, mas o mosquito transmissor é o Aedes aegypti.
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