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Estado fará ‘operação educacional’ para evitar contaminação do açaí pela Doença de Chagas
Última atualização: 15 de Fevereiro de 2018 - 11:31

MANAUS – A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf) mobilizará produtores e ‘batedores’ de açaí para evitar a contaminação do fruto pela Doença de Chagas, transmitida pelo mosquito conhecido como barbeiro, nos municípios do Estado. A ação consiste em orientar os produtores sobre procedimentos de higiene em oito municípios. A ‘operação educacional’ ocorre após comprovação, por meio de análises laboratoriais, da presença do parasita Trypanossoma cruzi na amostra de açaí consumida por uma família que contraiu doença de Chagas no município de Lábrea.

A orientação envolve desde a recepção e armazenagem dos frutos, inspeção visual, primeira lavagem, segunda lavagem/sanitização, terceira lavagem ou enxague, o branqueamento, amolecimento, resfriamento dos frutos e despolpamento. As medidas foram definidas pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário Florestal e Sustentável (Idam) e Superintendência Federal de Agricultura (Sfa-AM).

De acordo com o diretor-presidente da Adaf, Sergio Muniz, o Governo do Amazonas está preocupado com a defesa agropecuária do Estado, com a saúde pública e com o papel que a agência tem de elaborar, coordenar e executar a política de defesa agropecuária no sentido de garantir a preservação e a sanidade do patrimônio animal e vegetal do Estado. “O foco é orientar os técnicos para que eles possam repassar informações aos produtores e batedores de açaí, para que os riscos de contaminação possam ser reduzidos, em particular a Doença de Chagas transmitida pelo inseto popularmente conhecido como barbeiro”, disse Muniz.

Ainda segundo Sergio Muniz, inicialmente este trabalho será executado nos municípios que mais produzem o açaí, como Codajás, Canutama, Humaitá, Tefé, Manacapuru, Anori, Coari e Lábrea. Estes são os municípios do Amazonas que mais possuem a alta concentração de batedeiras de açaí cadastradas no Amazonas.

Confirmação

De acordo com as análises laboratoriais essa é a primeira vez que é comprovada cientificamente a presença do parasita no alimento. Antes, a comprovação era feita por associação, ou seja, apenas por suposições. A confirmação foi realizada por meio da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), órgãos da Secretaria de Estado de Saúde (Susam). ). “Nesse sentido a Adaf, o Idam e a Vigilância Sanitária atuarão com o mecanismo de educação sanitária, orientando também os produtores, extrativistas, batedores e consumidores de açaí”, disse Muniz.