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Órgãos preparam ação de educação sanitária para o processamento de açaí
Última atualização: 15 de Fevereiro de 2018 - 11:45

Manaus – A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf) informou, na última sexta-feira (9), que estuda estratégias, junto com outros órgãos, para reduzir os riscos de contaminação no processamento do açaí no Estado. Uma delas é elaborar uma ação de educação sanitária voltada para o processamento do fruto.

As estratégias foram debatidas junto com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário Florestal e Sustentável (Idam) e Superintendência Federal de Agricultura (Sfa-AM).

De acordo com o diretor-presidente da Adaf, Sergio Muniz, “o foco é orientar os técnicos para que eles possam repassar informações aos produtores e batedores de açaí, para que os riscos de contaminação possam ser reduzidos”. Segundo Muniz, uma das preocupações é com a doença de Chagas.

A doença de Chagas é uma doença infecciosa febril causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Pode ser adquirida por meio do contato direto com as fezes do inseto chamado Barbeiro, e causa problemas cardíacos e digestivos.

Durante a reunião, os órgãos decidiram nivelar informações técnicas com todas as entidades para que a Adaf elabore uma ação de educação sanitária voltada para o processamento do açaí. A agência informou ainda que os órgãos devem promover a idoneidade dos insumos e dos serviços utilizados na agropecuária, a identidade e a segurança higiênica sanitária e tecnológica dos produtos agropecuários finais destinados aos consumidores.

O material da ação de educação sanitária será para orientar a todos, desde a recepção e armazenagem dos frutos, inspeção visual, primeira lavagem, segunda lavagem/sanitização, terceira lavagem ou enxágue, o branqueamento, amolecimento, resfriamento dos frutos e despolpamento.

Ainda segundo Sergio Muniz, inicialmente este trabalho será executado nos municípios que mais produzem o açaí, como Codajás, Canutama, Humaitá, Tefé, Manacapuru, Anori, Coari e Lábrea. Estes são os municípios do Amazonas que mais possuem a alta concentração de batedeiras de açaí cadastradas.

A medida orientativa será executada após comprovação, por meio de análises laboratoriais, da presença do parasita Trypanossoma cruzi, na amostra de açaí consumida pela família que contraiu doença de Chagas, no município de Lábrea.

Confirmação

De acordo com as análises laboratoriais, essa é a primeira vez que é comprovada cientificamente a presença do parasita no alimento. Antes, a comprovação era feita por associação, ou seja, apenas por suposições. A confirmação foi realizada por meio da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e da FVS-AM.

“Nesse sentido a Adaf, o Idam e a Vigilância Sanitária atuarão com o mecanismo de educação sanitária, orientando também os produtores, extrativistas, batedores e consumidores de açaí”, disse o diretor-presidente da Adaf.