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Icam vai realizar atendimentos para pés tortos congênitos a partir de março
Última atualização: 27 de Fevereiro de 2018 - 16:46

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A transformação do Instituto de Saúde da Criança do Amazonas (Icam) em unidade de referência no tratamento do pé torto congênito vai entrar, neste final do mês, na fase de capacitação dos profissionais que farão os atendimentos, informou a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam).

Quando iniciarem os atendimentos, cuja previsão é março, a meta é receber, em média, 15 crianças por semana na instituição. Os pacientes serão encaminhados para o instituto pelo Sistema de Regulação (Sisreg), que agendará a primeira consulta para iniciar o tratamento. O projeto começou em dezembro, com a assinatura de parceria com o Rotary Clube, responsável pela aquisição de órteses e próteses necessárias para tratamento e cirurgias, se for o caso. Tornar o Icam em uma unidade de referência visa reduzir a fila por cirurgias ortopédicas no estado, destacou a Susam.

Diagnóstico precoce

A expectativa do secretário estadual de Saúde, Francisco Deodato, é a realização de diagnósticos mais cedo, para que os tratamentos com especialistas possam iniciar com maior rapidez, reduzindo assim a necessidade de cirurgias ortopédicas infantis. A meta também é zerar a fila de tratamento de casos, em cinco anos.

“Ressalta-se que o Icam continuará a realizar os atendimentos que já faz hoje. A diferença é que, agora, será também referência nesse segmento, na rede estadual de saúde. O responsável pela elaboração do projeto é ortopedista Paulo Su”.

Problema

O pé torto congênito é caracterizado como uma má formação que faz com que o bebê nasça com os pés torcidos ou invertidos. O problema atinge, em média, 16 crianças a cada mil nascidas vivas. O pé torto congênito é uma deformidade que envolve ossos, músculos, tendões e vasos sanguíneos.

Existem vários tipos de pés tortos congênitos, com diferentes graus de deformidade e diferentes mecanismos de correção e cura. A deformidade pode ser diagnosticada ainda antes do nascimento, através da ultrassonografia, desde que o feto exiba adequadamente os pés.
O ortopedista Paulo Su considera que quanto mais cedo for realizado o tratamento, melhores serão os resultados.

“Quanto mais cedo tratar, mais teremos a chance de 100% de correção, inclusive sem a necessidade de intervenção cirúrgica. A cirurgia é feita somente em casos extremos”, afirmou o especialista.

Tratamento

O médico explicou que há duas formas para tratar o pé torto. A primeira é por meio de uma técnica de manipulação gessada, conhecida como método de Ponseti. Este método consiste em colocar o gesso até a base da coxa e o pé é posicionado dentro do gesso. As trocas gessadas são realizadas, em média, a cada sete dias. O outro método é o cirúrgico. Segundo o ortopedista, esta alternativa só é considerada quando o tratamento mais conservador (com gesso) não surtir efeito.