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FVS realiza busca retrospectiva de casos suspeitos de sarampo em Manaus
Última atualização: 3 de Abril de 2018 - 16:11

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A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), órgão da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), está realizando busca retrospectiva de casos suspeitos de sarampo, atendidos nas unidades da rede estadual, em Manaus. O objetivo, de acordo com o secretário estadual de Saúde, Francisco Deodato, é coletar amostras para investigação da cadeia de transmissão da doença.

Um total de 15.262 prontuários de pacientes atendidos no período de fevereiro a março deste ano foi revisto pelas equipes da FVS, até a segunda-feira (02/04). Destes, oito foram detectados como casos suspeitos da doença e já constam no boletim divulgado nesta terça-feira (03/04), pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). De acordo com o boletim, já são 103 casos notificados na capital amazonense, sendo 04 confirmados, 01 descartado e 98 em investigação.

O secretário Francisco Deodato explica que a investigação dos prontuários é importante para identificar a cadeia de transmissão do vírus. “Há 18 anos o Amazonas não registrava casos de sarampo, que voltaram a ocorrer, após surto da doença em Roraima. Há, portanto, a necessidade de se estabelecer a cadeia de transmissão do vírus”, afirmou.

O diretor-presidente da FVS-AM, Bernardino Albuquerque, ressalta que o trabalho consiste em identificar, através dos prontuários, os sinais e sintomas de pessoas que foram atendidos nesse período, com doenças exantemáticas e, dessa forma, fazer a investigação e também realizar a coleta de amostras destes pacientes.

Bernardino Albuquerque adiantou que já foram identificados, nas ações, oito pacientes que podem ser considerados como casos suspeitos. “Desses, quatro já tiveram material coletado e os outros quatros serão coletados nesta terça-feira (03/04). Além disso, está sendo executado o bloqueio vacinal”, detalhou.

As equipes estão realizando a busca retrospectiva no Hospital e Pronto-Socorro (HPS) da Zona Norte, HPS 28 de Agosto, HPS Platão Araújo, Centro de Atenção Integral à Criança (Caic) Paulo Xerez e nos Serviços de Pronto Atendimento (SPAs) Enfermeira Eliameme Rodrigues Mady, São Raimundo e Coroado.

Interior - A busca retrospectiva deverá ser realizada também em municípios do interior, conforme haja notificação de casos suspeitos da doença. Em Humaitá, que tem um caso notificado para sarampo, referente a uma criança de um ano, a busca terá início nesta semana, e será realizada pela própria equipe da Secretaria Municipal de Saúde.

Nesta quarta-feira (04/04), técnicos da FVS realizam “Treinamento para Casos Suspeito de Sarampo”, em Humaitá, município a 590 quilômetros de Manaus. A capacitação visa à atualização e sensibilização dos profissionais de saúde em relação à doença, prevenção e monitoramento de casos suspeitos.

Videoconferência - Com a intensificação do monitoramento de casos suspeitos no interior, também nesta quarta-feira (04/04), será realizada a “2ª Videoconferência de Casos Suspeito de Sarampo”, por meio do Centro de Mídias da Secretaria de Estado da Educação e Qualidade de Ensino (Seduc). A videoconferência será ministrada pelo infectologista e diretor de Assistência Médica da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Antônio Magela.

O evento acontecerá de 17h às 18h e alcançará todos os municípios do Amazonas. Na ocasião, o infectologista irá apresentar imagens para ilustrar os casos suspeitos, além de compartilhar a experiência vivenciada na unidade, para o manejo clínico adequado do paciente, no que se refere ao tratamento e isolamento.

Boletim aponta aumento no número de casos

O boletim epidemiológico emitido pela Semsa-Manaus no último dia 29 de março apontava a notificação de 58 casos de sarampo na capital. Já o boletim divulgado nesta terça (03/04) registra 103 notificações. O aumento, de acordo com o diretor-presidente da FVS-AM, já era esperado. “Isto ocorre devido à forma de transmissão. O vírus do sarampo se transmite como o da gripe, muito facilmente. Seis dias antes de aparecem as manchas no corpo de um paciente com a doença, que é quando normalmente buscam atendimento em uma unidade de saúde, esta pessoa já está transmitindo o vírus. Por isso, a única arma que temos é a vacinação”, explicou Bernardino Albuquerque.

O infectologista destacou, ainda, que o risco é maior entre crianças. “As pessoas mais suscetíveis ao sarampo são as crianças menores de cinco anos. Todos os Centros de Atenção Integral à Criança (Caics) da capital e as Unidades Básicas de Saúde estão abastecidas com as vacinas tríplice viral e tetraviral, que combatem o sarampo. Em Manaus, devido ao surto, adiantamos para seis meses a idade vacinal, que iniciava somente aos 12 meses. Então, é importante que os pais e responsáveis levem estas crianças aos postos e garantam a vacinação”, ressaltou.