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Censo Demográfico 2020 planeja fazer ‘Raio-X’ das cidades do Amazonas
Última atualização: 29 de Outubro de 2019 - 12:28

A população amazonense está envelhecendo? A quantidade de habitantes da zona rural diminuiu? Manaus está à beira de um colapso urbano? Essas são algumas das perguntas que o Censo Demográfico 2020, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), buscará responder de agosto a outubro do próximo ano. No Amazonas, o IBGE estima que uma equipe de 2.631 recenseadores visitará mais de 1 milhão (1.034.000) de domicílios nos 62 municípios do Estado.

O Amazonas é o maior Estado do País em extensão territorial. E isso já torna o alcance de todos os domicílios um grande desafio, destacou o coordenador técnico estadual do Censo 2020, Tiago Almudi.

“Muitos serão os desafios para colher esses dados. Há residências onde não há um morador durante o dia para fornecer as informações necessárias; condomínios onde não há a figura do porteiro; sem contar aquelas áreas consideradas ‘vermelhas’, onde nossos agentes precisarão de apoio”, disse Almudi, durante a primeira reunião de planejamento realizada, ontem, na Unidade Estadual do IBGE no Amazonas, no Vieiralves, zona Centro-Sul de Manaus.

O Censo demográfico é a única pesquisa que alcança todos os domicílios, em todos os municípios, em que os dados coletados impactam diretamente em diversas políticas públicas em níveis municipal, estadual e federal. Os questionários a serem respondidos incluem informações sobre os moradores, características dos domicílios, identificação étnica-racial, registro civil, mortalidade, renda e educação. Informações sobre trabalho, composição familiar, estado civil, religião, pessoas com deficiência (em 2020 será feito um levantamento inédito sobre o autismo no Brasil), migração (interna ou internacional) também serão coletadas.

Um dos órgãos que darão um apoio ao IBGE no Censo 2020 será a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM). De acordo com o sanitarista Wagner Terraza, há no cadastro do órgão cerca de 12 mil localidades no Amazonas. E esse dado mais abrangente pode auxiliar na coleta de dados de pessoas que moram longe dos centros urbanos (interior).

“Essa informação faz parte do nosso cadastro de combate a endemias (malária, dengue e sarampo). Vamos contribuir com os dados que nós temos, até porque, para a FVS-AM, se tiver uma casa isolada na margem do rio e lá tiver morador, o órgão pode reconhecer como uma localidade”, explicou.

Para o gerente administrativo da Associação Amazonense dos Municípios, Beto Mafra, o apoio dos agentes de saúde para o Censo no interior será fundamental. “Cada município tem um agente de saúde com o cadastro de todas as pessoas que moram nas comunidades, nos lagos, na cabeceira dos rios, ou seja, onde tem morador. Quando o recenseador for a essas localidades será feita essa parceria para que ninguém fique fora do recenseamento”, disse.