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Adaf e Laboratório Central de Saúde Pública coletam amostras de água e pescado para análise
Última atualização: 3 de Setembro de 2021 - 15:36

Técnicos da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) e do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas- Dra. Rosemary Costa Pinto, realizam, nesta sexta-feira (03/09), coleta de água e de peixes in natura em Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus) para análise na capital.

O objetivo é buscar respostas a respeito do surto de rabdomiólise em municípios amazonenses. Na quinta-feira (02/09), foram notificados mais três casos no estado. Ao todo, são 54 casos da síndrome notificados no Amazonas, dos quais 36 em Itacoatiara (sendo um óbito), quatro em Silves, quatro de Borba, três em Manaus, três em Parintins, um em Caapiranga, um em Autazes, um em Maués e um em Manacapuru. 

A Adaf integra, juntamente com a SES-AM, a força-tarefa montada pelo Governo do Amazonas, com especialistas de diversas áreas, com o objetivo de investigar a fundo as possíveis causas e formas de combater o surto da doença no estado. O grupo conta ainda com profissionais da Fundação de Vigilância em Saúde – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Secretaria de Estado da Produção (Sepror) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Na quarta-feira (1º/09), a SES-AM  publicou um comunicado de risco com orientações quanto às restrições do consumo de pescado extrativo (oriundo de lagos e rios) – das espécies pirapitinga, pacu e tambaqui – no município de Itacoatiara pelos próximos 15 dias, como medida para conter a proliferação da rabdomiólise na região.

A recomendação para os demais municípios é de alertar a rede de saúde para a identificação de possíveis novos casos e orientar a população quanto aos sinais e sintomas da doença. 

A fiscal agropecuária médica veterinária Jucileia Faria, da Adaf, ressalta que ainda não está comprovada a origem do surto; no entanto, os peixes são uma forte suspeita. Segundo a veterinária, também podem ser analisadas, se possível, sobras dos peixes que foram consumidos.

“Os sintomas surgem de 30 minutos a 24 horas após o consumo. Se for possível guardar amostras do peixe na geladeira, ajudaria nas análises”, pondera.

Também é importante ter atenção à conservação do pescado – qualquer que seja a espécie e procedência. O produto deve ser mantido no gelo para evitar a degradação da proteína e riscos à saúde que vão além da rabdomiólise.

Assistência – De acordo com o secretário titular da SES-AM, Anoar Samad, foi definido o fluxo regulado de referência e contra referência dos casos suspeitos e confirmados por rabdomiólise, com a garantia de suporte técnico de acesso à assistência em tempo oportuno e manejo de casos em adultos e crianças.  

Em Manaus, pacientes com sintomas podem buscar uma unidade de saúde de urgência e emergência – SPA, UPA ou Pronto-Socorro – e, se necessário, serão referenciados para os hospitais Delphina Aziz e o Hospital Universitário Getúlio Vargas, no caso de pacientes adultos. O Hospital e Pronto-Socorro da Criança (HPSC) da Zona Oeste está preparado para atender o público infantil.

Pacientes com sintomas de rabdomiólise do interior deverão fazer o primeiro atendimento no hospital ou outra unidade de saúde do município e, caso haja necessidade, a unidade hospitalar deverá fazer o encaminhamento para os hospitais de referência na capital, inserindo a chamada no Sistema de Transferência de Emergências Reguladas (Sister). 

Rabdomiólise – A rabdomiólise é uma síndrome clínico-laboratorial que decorre da lesão muscular com a liberação de substâncias intracelulares para a circulação sanguínea.

Ocorre normalmente em pessoas saudáveis, na sequência de traumatismos, atividade física excessiva, crises convulsivas, consumo de álcool e outras drogas, infecções e ingestão de alimentos contaminados, que incluem o pescado. O quadro clínico da doença pode incluir elevações assintomáticas das enzimas musculares séricas (creatinina-fosfoquinase – CPK). 

 

 

FOTOS: Divulgação/Adaf